DIÁRIO DO TRIATLETA - by J. C. Goudard - - - Acompanhe aqui minhas participações em provas, resultados e treinamentos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Rumo ao IronMan 2010

Inicia-se mais uma ano, para mim será um ano de desafios e superação, nerste ano vou participar pela segunda vez do IronMan Brasil no dia 30 de Maio em Floripa/SC e meu objetivo será fechar esta prova em no máximo 10h30', não vai ser fácil mas vou dar o melhor de mim para neste dia as 17h30' já estar cruzando a tão almejanda linha de chegado desta maravilhosa prova.


E para começar a relatar no blog meus treinos para este desafio, nada melhor do que relembrar como foi minha rpimeira participação em 2008, então vou postar abaixo meu relato da prova. Um feliz 2010 a todos e que este ano seja muito melhor que 2009 para todos nós. E espero que em 2010 vocês me dêm a satisfação da sua presença em meu blog e tenham a paciência de acompanhar aqui a minha saga rumo ao Iron 2010.


Relato IronMan 2008:Antes um Sonho, Agora uma Realidade.


Há exatamente 31 anos Deus me deu o maior dos dons, o dom da vida. E de lá para cá, tive o livre arbítrio de decidir o que fazer com ela e escolher a melhor maneira de conduzi-la. Passados 27 anos, decidi direcioná-la ao esporte, ou mais especificamente o Triathlon, com o objetivo de um dia completar o Ironman. E esse dia chegou!!!

São exatamente 04:28hs do dia 25 de Maio de 2008, estou em Floripa, o despertador acabou de tocar, enfim chegou o grande dia. Levanto, tomo o meu café e começo preparar minhas coisas, afinal o dia vai ser longo e o Iron Man Brazil 2008 vai começar. Depois de tudo ajeitado parto para a área de transição coloco minhas caramanholas na bike e vou em direção à praia, onde será dada a largada, na compania da minha namorada Juliana, dos amigos Paulo e Simone, meus pais Julio e Mariza, emu irmão André e minha cunhada Cristina, meu primo Barney e meu sobrinho Rodrigo. Já no caminho começo a vestir minha roupa de borracha, pois já são quase 6:00hs da manhã e a agitação em Jurerê já é grande. Antes disso já fui até a área de transição dar uma checada na bike se está tudo Ok.

Já passam de 06:30hs e entro nas geladas águas de Jurerê para dar uma aquecida, afinal serão 3.800m de natação que me esperam nesta primeira das três batalhas. Quinze minutos depois saio da água e já estou atrás da faixa junto com outros 1.250 atletas. Controlo a ansiedade, o nervosismo, a boca começa a ficar seca, o coração a bater mais forte. Derrepente ouço o barulho da buzina e fogos, foi dada a largada e nem acredito que estou começando meu tão sonhado e esperado Ironman, nesse momento sinto um arrepio e um frio na espinha. Começo a dar as primeiras braçadas e pareço que estou dentro de uma máquina de lavar roupa, nos primeiros cinco minutos é quase impossível de nadar de tanta gente, mas aos poucos vou encontrando um lugar vazio entre os atletas, acerto o ritmo do nado e vou embora. Nado, nado e nado e finalmente chego na primeira bóia, antes um pouco de chegar levo acidentalmente um “soco” no rosto de um estrangeira; eu e ela paramos e escuto a frase “I’m sorry”, sem problemas isso faz pare do “jogo”. Continúo a nadar, faço o retorno da bóia e vou em direção à praia para contornar a primeira bóia. Saio na areia e escuto alguém gritando meu nome e também escuto a som do apito do pessoal, isso me incentiva muito. Volto para a água nado, nado, e nado e novamente contorno a segunda bóia, nesse momento o braço começa a pesar e as costas a doer já são quase uma hora de natação e nesta ultima bóia as correntes estão bem fortes, puxando para o lado direito.
Enfim termino a natação, olho o relógio e verifico que está dentro do programado. Corro em direção à área de transição, estou parecendo um pingüim correndo com aquela roupa de borracha, tiro-a e, pego minha sacola e visto-me para o ciclismo, pego a bike e vou empurrando até a linha de monte; ouço o pessoal chamando meu nome, muito legal, isto me motiva mais ainda.

Começo a pedalar e antes de completar o primeiro Km meu clip quebra, inacreditável!!! Isso não aconteceu em seis meses de treino e agora antes do primeiro km quebra, mas tudo bem, o verdadeiro Ironman tem que aprender a lidar com todos os imprevistos, junto do chão o que sobrou do clip e continúo meu pedal, começo a pedalar e a adrenalina vai a mil novamente, as laterais das ruas cheias de pessoas gritando, torcendo, vibrando, isso é muito bom. Continuo a “passear” e já estou chegando perto do cartão postal de Floripa, a ponte, e novamente o impossível acontece, meu braço escorrega do clip, bate no guidão e vou ao chão, por sorte caiu na grama em cima do canteiro. Caio na real e não acredito no que está acontecendo, mil coisas passam na cabeça, dá vontade de gritar, de chorar, de jogar a bike no lixo, mas NÃO!!! Foram muito tempo de treino e dedicação e não pode acabar ali o inicio de meu sonho de completar a prova. Quando me dou por mim um casal muito simpático está me ajudando a levantar e perguntando se está tudo bem, apenas alguns arranhões. Então levanto rápido verifico a bike e agradeço a Deus por ter me iluminado naquele momento, e saio novamente para continuar a batalha, afinal o bom soldado nunca foge a luta. Essa é uma prova onde convivemos o tempo todo com altos e baixos, imprevistos e tudo mais. Novamente entro no ritmo e começo a dar risada pelo tombo “bobo” que cai e que naquele momento poderia ter jogado tudo por água abaixo e ficar o próximo ano se lamentando, mas Não. Já estou no km 45 e faço o retorno, agora é só voltar para completar a primeira volta e encarar novamente as 4 subidas do percurso e levar o corpo para passear por Floripa. Pedalo, pedalo e pedalo e já estou perto de Jurerê, beleza!!! Mas não se anime, falta ainda mais uma volta, chego perto do retorno e encontro toda a galera por lá, o Paulo de bike, a incansável da minha gatinha Juliana correndo de um lado pro outro para me alcançar meu “special needs” afinal preciso de combustível para a última volta. Vejo o meu primo barney e meu sobrinho Rodrigo, a Simone, vejo meus pais, irmão e cunhada, todo mundo empolgado com a prova. Começo tudo de novo e dessa vez dá tudo certo. Nada de quebra e nada de tombos. Durante todo o ciclismo tenho tempo de me alimentar e também de pensar muito em cima da bike, acho que todo filósofo deveria comprar uma bike, e ali ele poliria seu belo trabalho. Passa mil coisas na cabeça, todos os treinos realizados, aqueles de sábado e de domingo, quanto empenho, quanta abdicação e enfim estou ali. Agora já estou chegando perto da área de transição, olho o relógio e estou abaixo do tempo planejado mesmo perdendo 9 minutos na queda. Largo a bike corro em direção a famosa tenda de troca para pegar minha sacola e para minha decepção o staff me avisa que fui penalizado por vácuo no ciclismo e vou ter de ficar parado or 8 minutos, nessas horas depois de sete horas e meia de prova, vem bem a calhar. Então fico descansando, espero o tempo da penalização, visto-me para a corrida e vou rumo a terceira batalha, aquela tipo Irã X Iraque, a pior de todas a temível Maratona, afinal já foram 3.800m de natação e 180km de bike. Mas a festa tem de continuar, começo num ritmo tranqüilo, ainda mais depois de ver o pessoal fazendo aquele apitaço na minha passagem. Corro mais alguns km e vejo o Paulo correndo lá na frente, não muito perto porque seria considerado “pace”; mas a uma certa distância. Estamos num ritmo legal, começo a baixar um pouco o ritmo para não pesar no final, e o sol começa a judiar um pouco, já saí de Jurerê e estou indo em direção a Canasvieiras pois a primeira volta tem 21km, começo a ver as subidas. Nossa!!! Não imaginava que teria tanta subida na primeira volta, olho e vejo bastante gente andando, me concentro e faço de tudo para continuar correndo e não andar, começo a descer e lá na frente é o retorno. Volto e faço todo o inverso, já estou novamente em Jurerê, escuto meu nome novamente e olho e vejo meus amigos Márcia e Emerson tb torcendo. Finalmente completo a primeira volta e ganho a marcação que é uma pulseira laranja no braço, logo mais à frente, novamente minha incansável gatinha me espera no posto de abastecimento para me alcançar meu special needs. Vale lembrar que a Juliana e o pessoal tb fizeram um Ironman do lado de fora da prova. Pego minhas garrafas de hidratação da sacola e continúo a correr, nesse momento já não agüento mais tomar tanto glico dry, gatorade, e power gel então não quero nem ver mais. Já estou na metade da segunda volta que é de 10,5 km e logo já chegarei para ganhar mais uma pulseira de marcação a verde, e agora é só completar a última volta e entrar no portal do paraíso, Mas falta um pouquinho ainda. Chego no km 33 e as pernas parecem que não respondem mais como queria, começo a sentir um cansaço e as pernas pesadas, dou uma boa aliviada no ritmo e vou assim até o km 37. Antes disso escuto a Paulo gritar “vamos Júlio, só faltam 9km para vc ser Ironman”.

Agora, finalmente faltam apenas 5km, começo a ficar arrepiado só em pensar na chegada e involuntariamente começa a escorrer uma lágrima do meu olho, é a emoção de estar perto da chegada. Continuo a correr e já nem sinto a perna pesada e o cansaço já parece começar a passar e a emoção é que agora domina meu corpo e vou me aproximando do km 40, novamente mais uma lágrima, tá difícil conter o choro. Mas vamos lá para os últimos dois km, agora parece que tudo ficou mais fácil, já de longe começo a escutar a música e o locutor narrando a chegada dos outros atletas, já estou perto. Nossa, como sonhei, imaginei e pensei neste momento. Começo a entrar no funil de chegada, um misto de emoção, de saisfação, de dever cumprido, começo a correr e tudo o que passei nos seis meses de treino vem a mente, quantos dias madruguei para treinar, quantos fim de semana treinando quase o dia todo, quantos almoços de domingo que enquanto a família estava reunida eu estava na estrada pedalando ou correndo, quantos dias deixei de estar com minha namorada para estar treinando, mas eles sempre entenderam e me apoiaram. E todo o resultado estava ali agora, naquele momento que se aproximava em cruzar a linha de chegada.

Derrepente!!! Uma buzina surge do nada, é Paulo e o Barney que apareceram não sei de onde e começam a correr do meu lado fazendo a maior festa. Vejo ali a poucos metros o portal de chegada, neste momento parece que entro em transe, sem exageros, toda a arquibancada gritando, aplaudindo e a emoção de cruzar a linha de chegada e poder dizer sou Ironman é indescritível, tudo que eu escrevesse aqui não demonstraria este momento mágico e inesquecível. Simplesmente um momento único que eu desejo que todos possam ter. Enfim, como diz aquele ditado: eu segui a minha estrela e encontrei o meu sol, e agora posso dizer que o que era um sonho agora é uma realidade.



Agradeço primeiramente a Deus e a TODOS que me apoiaram e incentivaram para que eu conseguisse realizar esse Sonho.

Obrigado a todos, obrigado mesmo!!!

3 comentários:

  1. Fala Julio. Cara que desafio hein...Só o Iron por sí só, já é dasfio pra ninguem botar defeito. E ainda por cima quer baixar 1 hora e 25 minutos da sua prova de estréia? Quer saber o que eu acho? Você é maluco. E é por isso que eu admiro voce parceiro. Voce tá nadando muito melhor que em 2008, pedalando e correndo muito melhor também, então eu tô na torcida por voce. Esse ano não terá clip quebrado, não terá queda e se Deus quiser vai ser ``o dia perfeito``. Foco no objetivo, muito treino e muita torcida....vai lá amigão, voce consegue.
    Sandro Warich

    ResponderExcluir
  2. Vai com fé grande Julio. Um forte abraço, bons treinos e estaremos na torcida... IM 2010 na cabeça!!! Sucesso amigo!

    ResponderExcluir
  3. Primeiramente meus parabens pela conquista, por esse grande desafio e satisfação! e outra, belas palavras no seu relato. Apesar dos imprevisto vc teve "cabeça" pra continuar!!! é isso ae!! até a proxima conquista!!! Ronaldo

    ResponderExcluir